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AVANÇO NA MEDICINA 2025: Diagnóstico de Alzheimer pode se tornar mais rápido e simples no Brasil

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  • há 4 dias
  • 2 min de leitura
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Gabriela Nogueira


Estudos nacionais mostram que proteína p-tau217 no sangue identifica pacientes em estágio inicial.


Pesquisadores brasileiros anunciaram avanços na detecção precoce da doença de Alzheimer por meio de um exame de sangue. Estudos apoiados pelo Instituto Serrapilheira indicam que a proteína p-tau217 funciona como um biomarcador confiável para diferenciar indivíduos saudáveis daqueles afetados pela patologia.


O professor Eduardo Zimmer, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), explicou que, atualmente, o diagnóstico no Brasil depende de métodos invasivos ou complexos, como a punção lombar para exame de líquor e exames de imagem, incluindo tomografia. "Embora esses procedimentos possam ser utilizados com biomarcadores, sua aplicação em larga escala é difícil. O país possui uma população de 160 milhões que depende do SUS, e os exames são caros e exigem infraestrutura especializada", disse.


A pesquisa envolveu 23 cientistas e analisou mais de 110 estudos, abrangendo cerca de 30 mil participantes. Os resultados mostraram que a p-tau217 no sangue se destaca como o indicador mais promissor. Testes conduzidos com 59 pacientes comparados ao "padrão ouro" do líquor apresentaram confiabilidade superior a 90%, conforme recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Um estudo independente, realizado pelo Instituto D'Or e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), corroborou os achados.


O diagnóstico precoce é um dos maiores desafios da saúde pública global. Segundo a OMS, cerca de 57 milhões de pessoas no mundo vivem com algum tipo de demência, sendo 60% desses casos Alzheimer. No Brasil, o Relatório Nacional sobre Demência, previsto para 2024, estima que 1,8 milhão de pessoas sejam afetadas, número que pode triplicar até 2050.


Além disso, os estudos indicam que fatores socioeconômicos, como baixa escolaridade, influenciam o agravamento da doença. "A educação formal parece criar mais conexões neurais, tornando o cérebro mais resistente ao declínio cognitivo. A baixa escolaridade é um fator crítico no avanço da doença, superando idade e sexo", afirmou Zimmer.


Embora testes sanguíneos já estejam disponíveis na rede privada, com modelos internacionais como o PrecivityAD2, os custos elevados reforçam a necessidade de uma alternativa nacional e acessível. Zimmer destacou a importância de validar o exame antes de incluí-lo no SUS e definir critérios claros sobre aplicação e público-alvo.


Os próximos estudos focarão em pessoas com mais de 55 anos, visando mapear a fase pré-clínica da doença, quando ainda não há sintomas visíveis. "Identificar indivíduos nessa etapa é crucial para intervenção precoce", afirmou o pesquisador.


Os resultados foram publicados na revista Molecular Psychiatry e reforçados em uma revisão internacional divulgada pelo Lancet Neurology.


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Em homenagem ao Fabiano Bizetto;

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