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INTERNACIONAL 2025: Vaquinha arrecada mais de R$ 350 mil para alpinista voluntário no resgate do corpo de Juliana Marins

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    santistacleber
  • há 23 minutos
  • 5 min de leitura

Agam, alpinista e guia na Indonésia — Foto: Redes sociais
Agam, alpinista e guia na Indonésia — Foto: Redes sociais

Fonte: G1


Thaís Espírito Santo


Meta inicial de R$ 100 mil foi para R$ 200 mil e, na sequência, para R$ 350 mil. Agam é alpinista e guia na Indonésia e foi quem alcançou o corpo de Juliana Marins e passou madrugada com ela.


Uma vaquinha mais que triplicou a meta e, em seis horas, arrecadou R$ 350 mil para o alpinista voluntário Agam que participou do resgate do corpo da jovem Juliana Marins, no Monte Rinjani, na Indonésia.


A meta inicial era de R$ 100 mil, mas o valor foi atualizado para R$ 200 mil em cerca de uma hora. O site organizador, o Razões Para Acreditar, explicou que dobrou a meta porque Agam prometeu dividir o dinheiro com a equipe. Ao passar de R$ 200 mil, a meta subiu novamente, para R$ 350 mil, valor que foi alcançado pouco depois das 20h – o início foi às 14h.


O guia e alpinista experiente Agam ganhou o coração dos brasileiros, que invadiram as redes sociais dele. A conta de Agam já tinha mais de 1 milhão de seguidores até esta quinta.


Além da vaquinha, Agam também tem recebido doações via transferência direta desde quarta-feira, quando sua conta foi divulgada em redes sociais após internautas insistirem durante uma transmissão ao vivo.


No início, ele não quis passar e disse que fez tudo de coração, pois esse é o trabalho dele, mas acabou concordando ao dizer que ia compartilhar a verba com outros socorristas e também usaria a verba para reflorestar montes na Indonésia.


. Agam já atuou em diversos resgates. Dessa vez, ele e o guia Tyo se voluntariaram e foram por conta própria para o Monte.


"Essa vaquinha é um agradecimento. Um abraço do Brasil inteiro para um homem que fez o impossível — só para que uma família pudesse se despedir da filha", afirma o texto da vaquinha.


O texto ressalta a compaixão que Agam teve: ele passou uma madrugada inteira pendurado na rocha ao lado do corpo de Juliana, para evitar que ela deslizasse desfiladeiro abaixo e se perdesse novamente. Ele afirma que não sabe como não morreu de frio.


O dono da página Razões para Acreditar destacou que teve a autorização do Agam para mobilizar a vaquinha já que muitos brasileiros estavam com dificuldades de fazer transações bancárias, já que na Indonésia eles não usam PIX e se trata de uma transferência internacional.


Mais cedo, a brasileira Julia Thum já tinha repassado um montante de mais de R$ 5 mil para a conta de Agam. Em uma live feita nessa quarta-feira (25), o alpinista disse que dividiria o valor recebido com os colegas resgatistas e que a parte dele seria investida em reflorestamento nos montes da Indonésia.


"Ele agradeceu de coração todos vocês e pediu desculpas por não ter conseguido trazer a Juliana de volta e que fez o melhor que ele podia. Infelizmente, os resgates do Rinjani são os mais difíceis. Ele pediu desculpa e disse que foi o máximo que conseguiu fazer."


Alpinista diz que sabia que podia morrer em resgate


O alpinista que foi voluntário no resgate da jovem Juliana Marins, no Monte Rinjani, na Indonésia, disse que a equipe sabia que poderia morrer nas tentativas de buscar a brasileira.


Agam abriu uma live no Instagram nesta quarta-feira (25) junto a uma indonésia que sabe falar português para traduzir suas mensagens para os brasileiros.


"Podíamos cair a qualquer momento’", disse.


"A situação é muito trágica e ficou na memória do Agam. Foi muito duro. Em algum momento, várias vezes o suporte de quem estava lá no topo desabou. Isso provocou a queda de pedras e areia várias vezes. Só por misericórdia de Deus eles não morreram", afirmou a tradutora.


De acordo com a explicação, a ancoragem das cordas nas quais eles estavam presos estava se soltando do solo. Eles precisavam do equipamento para descer com segurança.


"Ele disse que não sabe como eles conseguiram resistir e que estava muito, muito frio. Ele disse que ele e os outros 7 resgatistas sabiam que se chovesse.


Tyo publicou um vídeo que mostra como a equipe de resgate passou a noite no penhasco, próximo ao corpo de Juliana .


"Depois de confirmar que a vítima havia morrido, nossa equipe combinada de voluntários a protegeu e passou a noite em um penhasco vertical íngreme com condições rochosas instáveis ​​a 3 metros da vítima, enquanto esperava outra equipe para retirá-la de cima", diz o post.


Agam só alcançou o ponto onde o corpo estava quando o dia já tinha escurecido. Então, ele passou a madrugada segurando a vítima no local para que o corpo dela não escorregasse mais.


Além do frio, a neblina constante atrapalhava a visibilidade da equipe. Segundo Agam, ele só conseguia ver a uma distância de 5 metros.


No início, ao se voluntariar para o resgate, Agam declarou que só sairia do local quando a jovem também saísse.


Apesar de os socorristas não terem chegado a tempo de salvar a brasileira, por falta de equipamentos e condições do tempo, a iniciativa de montanhistas como ele, que se arriscaram por vontade própria e sem ganhar nada em troca, ficou de fora das críticas à estrutura sobre a demora no resgate.


A família da Juliana, através das redes sociais, também agradeceu aos voluntários Agam e Tyo.


"Somos profundamente gratos aos voluntários que, com coragem, se dispuseram a colaborar para que o processo de resgate de Juliana fosse agilizado", afirma o posicionamento.


Eles também mostraram a mensagem que foi enviada aos voluntários. Em um trecho, eles ressaltam que as condições de resgate eram difíceis:


"Foi graças à dedicação e à experiência de vocês que a equipe pôde chegar até Juliana e nos permitir, ao menos, esse momento de despedida. Embora o desfecho já estivesse além do nosso alcance, levamos no coração a sensação de que, se vocês tivessem conseguido chegar antes, talvez o destino pudesse ter sido outro".


Criticas


O perfil criado pela irmã de Juliana para dar informações sobre o caso fez críticas às autoridades da Indonésia. O parque seguiu aberto mesmo depois do acidente.


Desde fevereiro, Juliana fazia um mochilão pela Ásia, tendo passado por Filipinas, Vietnã e Tailândia antes de chegar à Indonésia.


Em publicação nas redes sociais, a irmã contou que Juliana fazia a trilha com um grupo e um guia local quando, no segundo dia, disse estar cansada. O guia teria sugerido que ela descansasse e seguiu sozinho até o cume, deixando Juliana para trás.


Ainda de acordo com a irmã, a jovem ficou sozinha, entrou em desespero e acabou caindo. “Abandonaram Juliana”, afirmou.



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Em homenagem ao Fabiano Bizetto;

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