FAMOSOS 2025: Médico explica doença silenciosa que afetou Camila Pitanga e desperta preocupação no mundo todo: ‘Pode deixar marcas nos pulmões’
- santistacleber
- há 9 horas
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Fonte: MSN
Matheus Queiroz
Em julho de 2024, o Brasil enfrentou um aumento de casos de pneumonia provocada pela bactéria Mycoplasma pneumoniae, causadora da chamada pneumonia silenciosa ou assintomática. A doença já provocava alerta desde o final do ano anterior na Europa e na Ásia.
Só no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, foram atendidos 244 pacientes com pneumonia silenciosa nos primeiros sete meses daquele ano, um aumento de 6000% em relação ao mesmo período do ano passado.
Em março do mesmo ano, Camila Pitanga foi internada em um hospital do Rio de Janeiro com um diagnóstico de pneumonia assintomática. A atriz chegou a se afastar das gravações da novela “Beleza Fatal”. A princípio, ela desconfiou que se tratava de um quadro de estafa.
"Um tempinho atrás, comecei a me sentir extremamente cansada, imaginei ser um princípio de estafa devido a muito trabalho e questões pessoais que me demandavam bastante, longe de casa, saudade da família... O corpo não aguentou", relatou a estrela, que pode ser vista recentemente na novela "Dona de Mim".
Mas o que difere a pneumonia silenciosa da já conhecida? Ela tem sintomas mais brandos, muito parecidos com os da gripe, o que faz com que, muitas vezes, passe despercebida e o quadro se agrave. Para trazer detalhes dessa doença com um diagnóstico tão complexo, o Purepeople convidou o Dr. Matheus Rabahi*, médico pneumologista do Hospital Mater Dei Goiânia. Confira a seguir!
* CRM GO 26.108 / RQE 19.855
Quais são os fatores que podem levar uma pessoa a desenvolver uma pneumonia sem manifestar sintomas típicos? Há grupos mais propensos?
Embora a pneumonia normalmente provoque sintomas como febre, tosse ou falta de ar, algumas pessoas podem desenvolver formas chamadas oligossintomáticas, ou seja, com poucos ou até nenhum sintoma evidente. Isso acontece porque nem todo organismo reage da mesma forma à infecção. Em algumas pessoas, o sistema imunológico pode ter uma resposta mais discreta, o que faz com que os sinais clássicos fiquem mascarados.
Os grupos mais propensos são:
• Idosos, que podem ter uma resposta inflamatória mais fraca;
• Pessoas com doenças que afetam a imunidade, como pacientes em tratamento para câncer ou doenças autoimunes;
• Pessoas com doenças neurológicas, que têm maior risco de aspirar secreções sem perceber;
• Usuários crônicos de certos medicamentos sedativos, que podem suprimir reflexos importantes.
Se não há sintomas claros, como a doença costuma ser descoberta? Há algum sinal indireto que possa levantar suspeitas?
Na maioria das vezes, a pneumonia oligossintomática é descoberta por acaso, durante a investigação de outras queixas ou exames de rotina, como uma radiografia de tórax feita para um check-up ou antes de uma cirurgia.
Alguns sinais indiretos que podem levantar suspeitas são:
• Cansaço prolongado, mesmo após descanso;
• Falta de apetite ou perda de energia;
• Confusão mental leve ou sonolência incomum em idosos;
• Febres baixas persistentes sem explicação clara.
Esses sinais, isoladamente, podem parecer banais, mas quando persistem, merecem atenção médica.
Em quais exames a pneumonia assintomática costuma ser descoberta?
O principal exame é a radiografia de tórax, muito usada na prática médica. Em casos de dúvida, ou quando se deseja uma avaliação mais detalhada, a tomografia de tórax pode ser solicitada. Esses exames ajudam a visualizar áreas do pulmão que estejam inflamadas, mesmo que o paciente não esteja apresentando os sintomas típicos.
O tratamento é o mesmo que para casos sintomáticos?
O tratamento depende da avaliação médica de cada caso. Mesmo que a pessoa não esteja com sintomas fortes, se houver confirmação de pneumonia ativa, o tratamento geralmente segue os mesmos princípios dos casos com sintomas — com acompanhamento próximo e o uso de antibióticos adequados, quando indicados. Por isso, é essencial passar por consulta médica, pois só um profissional poderá definir se há necessidade de tratamento e qual é a melhor abordagem para aquele momento.
Mesmo sem sintomas, a pneumonia pode comprometer o pulmão ou causar outras sequelas a longo prazo?
Sim. Mesmo silenciosa, a pneumonia pode deixar marcas nos pulmões se não for tratada adequadamente. Isso pode incluir:
• Áreas com cicatrizes;
• Acúmulo de secreções;
• Redução discreta da capacidade respiratória.
Além disso, estudos mostram que uma infecção pulmonar, mesmo leve, pode aumentar o risco de outras complicações, como eventos cardiovasculares, especialmente em pessoas mais vulneráveis.
A pneumonia assintomática pode ser confundida como fadiga ou estresse. Existe algum fator que pode ajudar a diferenciar?
Isso é relativamente comum. A diferença é que, na pneumonia, o cansaço costuma ser mais prolongado e não melhora com descanso. Às vezes, está associado a uma sensação de “peso no corpo”, falta de energia para tarefas simples ou até uma leve sensação de febre.
Nesses casos, o mais importante é procurar um médico e realizar um bom exame físico, que pode indicar a necessidade de exames de imagem e ajudar a diferenciar a causa real do cansaço.
Quais são os cuidados preventivos mais eficazes contra pneumonia?
Sem dúvida, a vacinação é uma das medidas mais eficazes para prevenir a pneumonia, especialmente nos grupos de maior risco. As vacinas contra a pneumonia atuam contra as principais bactérias que causam a infecção, como o pneumococo. Já a vacina da gripe e a vacina da COVID-19 também ajudam indiretamente, pois muitos quadros de pneumonia ocorrem como complicação dessas viroses.
Além disso, outras medidas importantes incluem:
• Evitar o tabagismo;
• Tratar adequadamente doenças crônicas, como diabetes e problemas pulmonares;
• Manter uma boa alimentação e hidratação;
• Consultar regularmente seu médico, especialmente se você faz parte de um grupo de risco.



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