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CIDADE DE SP 2025: O drama do jornaleiro que será despejado por obra após 30 anos no Chá.

  • Foto do escritor: santistacleber
    santistacleber
  • há 3 dias
  • 2 min de leitura
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“Tá sentindo esse cheirinho? É do desinfetante que eu passei”. O jornaleiro Deneval Santana, 70 anos, limpa, todos os dias, a calçada onde sua banca está instalada, na Praça Ramos de Azevedo, em frente ao Theatro Municipal, no centro da capital paulista.

Já são três décadas ali, vendo o vaivém de turistas, a correria de paulistanos pro trabalho, a rotina das pessoas em situação de rua. Deneval diz que conhece todo mundo: “O próprio prefeito Ricardo Nunes já veio aqui e me cumprimentou”, conta ele, comentando que sua banca “é pequenininha, mas é igual coração de mãe”.

A história do jornaleiro com aquele endereço, no entanto, está prestes a mudar. Recentemente, Deneval recebeu uma notificação da Prefeitura de São Paulo. O documento dizia que ele terá que sair dali por causa da obra prevista para acontecer no Viaduto do Chá, na Praça do Patriarca, e na Praça Ramos de Azevedo.

A reforma, avaliada em R$ 70 milhões, prevê que a sua banca seja transferida para a rua atrás do Theatro Municipal. Onde hoje trabalha o jornaleiro, a gestão Ricardo Nunes (MDB) quer instalar uma base da Guarda Civil Municipal (GCM).

“Eles me deram um aviso, mas eu te pergunto: precisa tirar o comércio do lugar?”, diz ele.

Deneval não consegue aceitar a mudança. “Quando eu assumi isso era uma sujeirada. Eu briguei, falei, eu liguei pra quem tinha que ligar. […] Eu sempre zelei por isso daqui. Sair assim? Não dá”, diz ele.

De sua banca, o jornaleiro viu a região se transformar. Acompanhou a loja Mappin, onde comprou uma geladeira e outros eletrodomésticos, fechar. Viu, mais recentemente, o mesmo prédio ser anunciado como futura unidade do Sesc. Observou de perto as obras do Vale do Anhangabaú, logo ao lado. Muita coisa mudou, enquanto ele ficou.

“Eu tenho um histórico ali”, conta ele, lembrando de quando assumiu o ponto. Agora, ele diz que tem tentado falar com os amigos que fez na região para tentar levar à reclamação para a sede da prefeitura, a poucos metros dali.


📸 Jessica Bernardo / Metrópoles


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